sexta-feira, 8 de abril de 2011

OS MASSACRES NAS ESCOLAS PÚBLICAS.

Registramos nosso LUTO , nossa SOLIDARIEDADE às famílias das crianças mortas brutalmente e elevamos nossas orações a Deus para que as internadas nos hospitais se recuperem. Esperamos também que não fiquem sequelas psicológicas nas famílias e nas crianças da escola agredida e da comunidade no seu entorno.Auguramos que as autoridades , em lugar de chorar , chamar o agressor de " besta" ( isso nós já sabemos) ,tomem as devidas providências para evitar outras tragédias nas escolas..


Queremos reparar as palavras do Sr Prefeito a respeito do que significa "ESCOLA ABERTA". Este termo quer dizer Escola Pública Inclusiva em todos os sentidos. Significa que a Escola Pública é de todos , sem distinção de classe social , de etnia , de credo e de poder econômico. Ela é aberta , também, porque abriga os portadores de deficiência. Ela é ABERTA , porque é de TODOS; é ABERTA porque é do POVO que paga por ela através de impostos. Escola Aberta não é escola de portas escancaradas para circulação de qualquer um como se fosse uma praça pública, principalmente em uma Cidade de elevado índice de criminalidade , a despeito das estatísticas oficiais não mostrarem a verdade e iludirem a população. Ela não é aberta para que o pessoal estranho ao quadro de profissionais de Educação tenha acesso às salas de aula , ao pátio ,à quadra de esportes, por exemplo.Os estranhos têm acesso apenas ao setor administrativo da Unidade Escolar (Secretaria, Direção). Nem mesmo os pais ou responsáveis podem se dirigir diretamente à sala de aula, a menos que acompanhado por uma pessoa da Escola e previamente combinado o motivo da visita.

As nossas escolas públicas carecem de estrutura , principalmente de pessoal. Não há porteiros , coordenadores de turno , orientadores educacionais , supervisores escolares , psicólogos , dentistas nem médicos como antigamente. São muitos os casos de conflitos nas salas de aula entre os alunos e entre alunos e professores ; há conflitos entre pais e professores ; entre pais e diretores ; entre pais e alunos desafetos de seus filhos. As escolas são invadidas por desordeiros e por qualquer motivo. Os professores vivem com medo permanentemente. Não se pode punir alunos desordeiros , porque pais, CREs, Conselhos Tutelares , Mídia e Secretaria de Educação caem de pau em cima das escolas, protegendo os infratores. Não se pode EDUCAR . E PUNIR uma infração é EDUCAR. Se há impunidade , os casos de agressões e de indisciplina aumentam. Não serão os guarda municipais que vão resolver isso. Não serão roletas com detectores de metal que vão resolver isso .O ambiente escolar não é ambiente policialesco. A ESCOLA deve ser um local de alegria , de prazer , de trocas de valores , de conhecimento e de PAZ.. Basta equipar as escolas com o pessoal de apoio especializado em Educação para que , como antigamente, a escola seja um lugar para se estudar.

Durante os recreios , nas escolas que atendem aos alunos do ano sexto ano ao nono ano, os alunos ( geralmente de 400 a 600) são largados nos pátios , sem ninguém para acompanhar , observar e orientar os possíveis desvios de comportamento. Onde estão os inspetores e os coordenadores ? Não há ! Nessa hora , ocorre o tal " bullyng", entre outras problemas. Há uma Política Educacional equivocada de se subtrair valores importantes como Ensino Religioso (laico, é claro) , Valores da Família , Ètica e Moral e Comportamento Social para as crianças e para os adolescentes. Nas escolas particulares , onde estudam os filhos dessas autoridades que ontem apareceram nas TVs , há seguranças, porteiros coordenadores , psicólogos, médicos e tudo mais. Por que a Escola do Povo não pode ter ? As portas das escolas particulares não ficam escancardas e para se ir a uma sala de aula falar com um professor é quase impossível.

A Escola Pública não precisa dos "Amigos da Escola da Globo" estranhos ao quadro da mesma. Precisam da atenção do Poder Público e do seu aparelhamento humano , sem deixar cerca de 800 a 1500 alunos aos cuidados de um Diretor que tem que fazer de tudo. Como se diz na linguagem do futebol, o Diteror (ou Diretora) tem que bater o corner e ir para a área cabecear para fazer o gol. Não dá! Quando fui diretor de escola ,até as merendeiras, os serventes e os porteiros participavam do processo de transmissão dos valores educacionais. Assim, se cria um ambiente de FAMÍLIA que , de uns anos para cá , sumiiu da Escola. Daí, a agressividade constante e crescente. Ao mesmo tempo que ocorria a tragédia de Realengo , em uma escola de Campo Grande, estudantes jogaram bomba malvina na quadra de esportes ferindo cinco alunos. Onde vamos parar ? Não é hora de se discutir a Escola Pública com o pessoal da Educação e parar com os projetos mirabolantes oriundos da SME ?

É evidente que o atirador de Realengo encontrou facilidade para ir até a sala de aula, porque era ex-aluno e estava determinado ao crime. Não era previsível a sua atitude por parte de nenhum de nós .Não há culpa da Escola. Nesse caso específico , Prefeito e Governador não têm culpa, mas temos que levantar essa discussão e evitar a facilidade que todo mundo encontra para chegar até as salas de aula pondo em risco a segurança de professores e alunos , porque ,se um diretor impede ou dificulta a entrada de qualquer estranho na Unidade, ele vai à CRE e encontra respaldo.Os diretores não têm autonomia para barrar. Isso não é ESCOLA ABERTA ; é insensatez.

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