segunda-feira, 29 de julho de 2013

A JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE, O PAPA, OS PEREGRINOS E AS MOLECAGENS DAS AUTORIDADES GOVERNANTES DO RIO.

A Jornada Mundial da Juventude, no que tange aos seus propósitos foi plenamente exitosa. Foi o evento mais significativo desse País, nos últimos anos. As cenas de alegria protagonizadas pelos peregrinos e, sobretudo, o carisma e a simpatia do Papa deixaram marcas positivas no seio da população que jamais serão esquecidas. Até mesmo quem não é católico e tanto os que não são cristãos perceberam que a Cidade do Rio de Janeiro viveu momentos de fraternidade há muito não vistos entre nós.

Hoje, a cidade parece outra. Há uma sensação de vazio, de saudade, de ausência de algo que " passou como um rio em nossa vida e pelo qual nosso coração se deixou levar". O Santo Padre encantou a todos com seu jeito simples, com seus recados diretos e incisivos aos jovens, aos líderes religiosos e aos maus políticos governantes desse País, desse Estado e desse Município.  

Pediu aos jovens para saírem às ruas como missionários; rogou para que eles lutem contra as injustiças sociais, mesmo que seja remando contra a correnteza; alertou para o perigo do consumismo doentio; mostrou preocupação com a marginalização das crianças, dos jovens e dos idosos como consequência da cultura do apego aos bens materiais que, hoje, domina a sociedade; deu lições e mostrou, na prática, exemplos que devem ser seguidos por todas as pessoas que desejam um mundo melhor para todos.

A Jornada foi maravilhosa, repito, mas o foi somente pela participação pura, humana e entusiasta dos peregrinos, pela bela performance de Sua Santidade e pelo acolhimento caloroso de nosso Povo. O carioca deu, mais uma vez, uma lição ao Mundo. O Papa e os que o seguiram foram "pacientes" e generosos, suportando todas as mazelas decorrentes da incompetência, da improvisação, dos desmandos, dos oportunismos politiqueiros e dos deboches das autoridades governamentais.

Certo de que não tinha planejado nem executado nada de interessante para evitar transtornos no trânsito, o prefeito do Rio lançou mão da estratégia de decretar vários feriados na semana. Não deu certo, pois houve engarrafamentos, até para a comitiva do Papa no dia de sua chegada. O Metrô paralisou por mais de quatro horas no momento de " rush '; a segurança, no primeiro dia, mostrou-se ineficaz, colocando Sua Santidade em risco; não havia ônibus nem os trens davam conta do deslocamento das pessoas. Graças a Deus, os peregrinos não necessitaram de atendimento médico, nas UPAs nem nos hospitais do Rio.

Mas, o maior dos absurdos ocorreu em Guaratiba. Os técnicos em meteorologia avisaram, com antecedência de meses, sobre o alto risco de chuva, nessa época do ano, para aquele local e que haveria possibilidade de inundação. Mas, na ânsia de se investir dinheiro público em uma propriedade privada que, segundo informações dos jornais, é do senhor Barata, dono de diversas empresas de ônibus e amigo do governador e do prefeito do Rio, não se levou em conta a advertência técnica, jogando-se no ralo o nosso dinheiro e causando danos materiais e morais aos moradores do já tão sofrido e abandonado bairro de Guaratiba.

Para minimizar as possíveis críticas a respeito do vexame do Campus Fidei, em Guaratiba, o prefeito divulgou a notícia de que o transformaria em bairro popular. Dessa forma, imaginou o prefeito, calaria as pessoas a respeito do dinheiro perdido no local, além de iludir os moradores do Bairro. Há muitas barreiras para tal, a começar pela infraestrutura de drenagem, tratamentos de vários rios, criação de unidades de saúde, de escolas, de iluminação e de transporte, sob pena de se criar outro FAVELÂO.

Para fechar o ciclo de sandices, que começou na Abertura da Jornada, com um discurso inoportuno e dispensável de Dona Dilma que deveria falar aos jovens e ao Papa, dando-lhe boas vindas, em lugar de fazer propaganda de seu partido, na despedida do Papa, já no aeroporto, assistimos a uma cena tanto deprimente quanto revoltante. O governador do Rio, imaginando estar em uma daquelas farras em Paris, dirigiu-se ao Papa, agachando-se e rebolando, como na dancinha da garrafa. Que tristeza!...