sábado, 16 de março de 2013

O Povo está contra a privatização do Maracanã.

Os índios que ocupam a Aldeia Maracanã, ao lado do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, fizeram neste sábado (16), ao lado de populares, uma manifestação contra a demolição do Estádio de Atletismo Célio de Barros, do Parque Aquático Júlio Delamare, da Escola Municipal Friedenreich e contra a privatização do Maracanã.

A manifestação teve início na Praça Saens Peña, na Tijuca, e seguiu em passeata até o Complexo Esportivo do Maracanã, provocando caos no trânsito da região.

O estádio do Maracanã está com leilão marcado para o dia 11 de abril, e o ato teve a finalidade forçar a aprovação do projeto de resolução da Assembleia Legislativa do estado (Alerj) que propõe um plebiscito sobre o tema. No entorno do estádio será construído um shopping, a ser explorado pela iniciativa privada.

O advogado Arão da Providência, que defende os índios da Aldeia Maracanã, disse que o prazo de 72 horas dado pela Justiça Federal para que os índios desocupem o prédio do antigo Museu do Índio, no entorno do Maracanã, está condicionado ao governo do estado apresentar uma proposta alternativa de espaço para o povo indígena. Segundo Arão, o governo quer oferecer um hotel para os índios na área central da cidade, para ficar aguardando a discussão de um possível outro local para montar o Centro Cultural Indígena.

"Então quem tem negociar com os indígenas não é mais o estado do Rio de Janeiro e sim a empresa vencedora da licitação. Na audiência pública foi apresentada a proposta de manter naquele espaço o projeto de cultura indígena, mas o governo está desrespeitando o próprio edital e está desrespeitando a audiência pública que aprovou o Centro Cultural Indígena no antigo Museu do Índio", disse.

O presidente da Associação de Pais de Alunos da Escola Municipal Friedenreich, Carlos Sandes, instalada no Complexo do Maracanã há 48 anos, disse que a demolição da escola é um desrespeito aos alunos, entre eles os portadores de necessidades especiais, que representam pouco mais de 10% do número total de 350 alunos.

"A escola tem um trabalho específico [para esses alunos] e com acesso que não apresenta obstáculo para as crianças, tanto cadeirantes, autistas ou portadores da síndrome de Down. E o governo quer arrastar a escola Friedenreich para a Escola Municipal Orsina da Fonseca, distante do local e sem acessibilidade para os portadores de necessidades especiais", reclamou.