sexta-feira, 27 de julho de 2012

Onde está a prefeitura do Rio que não fiscaliza?

'Tremeu tudo', diz moradora sobre queda de marquise na Tijuca


A queda da marquise de um prédio de dez andares no fim da madrugada desta quinta-feira, na Rua Conde de Bonfim, 101, na Tijuca, Zona Norte, assustou moradores do local. Ninguém ficou ferido. "Tremeu tudo. Foi um susto muito grande. Pareceu que um caminhão desgovernado tinha entrado na loja", contou a professora Márcia Freitas, de 40 anos, moradora do prédio vizinho.

"Estava jogando videogame. Foi um estrondo. Achei que tivesse sido um acidente daqueles, gravíssimo. Quando cheguei na janela vi aquela poeirada e a marquise no chão", descreveu o estudante Thiago Gonzales, 27, morador do quarto andar do prédio. O edifício fica em frente a Rua Alzira Brandão, onde segundo moradores, ocorrerem vários acidentes.

De acordo com eles, uma obra de embelezamento estava sendo realizada na estrutura pelo dono de uma loja de cozinhas projetadas que funciona no térreo. O desmoronamento assustou moradores e vizinhos do edifício. De acordo com a Defesa Civil, a estrutura do prédio não foi comprometida.

A marquise de cerca de 25 metros de comprimento, que ficava na fachada do edifício Golden Palace, caiu na frente da loja de móveis de cozinha projetada, por volta das 23h30. Segundo o síndico Claudionor Arnaldo dos Santos, de 67 anos, o dono realizava uma obra da fachada e da marquise nos últimos dez dias. Ainda de acordo com ele, tijolos decorativos estavam sendo colocados.

Claudionor, que assumiu o cargo há cinco dias, disse que tentou contatar o dono para interditar a obra, mas não conseguiu localizá-lo. De acordo com o síndico, a preocupação era com as mudanças estéticas que estavam sendo feitas na fachada. A grade já tinha sido retirada. Ele não soube dizer se a loja tinha autorização da prefeitura para realizar a obra na marquise.

"Acredito que a causa tenha sido o peso colocado. A marquise era recoberta de gesso e com a obra ela descolou da estrutura do prédio", acredita o síndico, responsabilizando o dono pelo incidente.

"Ainda comentei com o Claudionor de manhã que a estrutura decorativa que eles estavam colocando ia cair. Era muito peso na peça de gesso. Eles passaram o dia fazendo umas perfurações", relembrou o economista Manoel dias, de 71 anos, morador do edifício.

Segundo vizinhos, o prédio ficou apenas na estrutura (também chamado de esqueleto), durante 16 anos. Eles relataram que constantemente são realizados serviços de manutenção. O edifíco só foi habitado em 1990, após a construtora falir. Após um embrólio judicial, uma outra empreiteira foi a responsável por terminar a obra e comercializar os imóveis. Apesar dos problemas, Claudionor Arnaldo disse que o prédio está legalizado e com todas as autorizações e condições de moradia.

Bombeiros do quartel da Tijuca estiveram no local. Não foi necessário evacuar o prédio de 118 apartamentos. A Defesa Civil Municipal informou que a estrutura do prédio não foi abalada. Até 1h30, nenhum responsável pela loja tinha ido ao local.