segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Não à privatização da Saúde no Rio !


O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ) obteve, no dia 24/2/2011, uma liminar que suspendeu o processo de licitação para contratação de Organizações Sociais (OSs) para a gestão das principais emergências da Cidade que seria realizada no dia 25/02. O Secretário Municipal de Saúde alega que "as OSs são a única alternativa para resolver o problema da Saúde Pública no Município do Rio".

"Não acreditamos que esse modelo de transferência de gestão dos serviços públicos de saúde para a iniciativa privada seja a única alternativa para viabilizar atendimento de qualidade nas emergências", afirmou o Presidente do CREMERJ.

"O caminho para a solução dos problemas da Saúde Pública é o concurso com salários dignos e não alternativas temporárias", acrescentou.

Ao abrirmos os jornais, não encontramos nenhuma nota a respeito desse tema. Nem mesmo em telejornais isso foi informado ao público. Por que a Mídia não deu destaque a essa decisão judicial ? Que interesses estão sendo guardados a sete chaves? Saúde Pública no Rio de Janeiro não é matéria para Jornalismo ? A falta de médicos em diversas especialidades, a má gestão de hospitais, os escândalos de superfaturamentos, o aumento de incidência de diversas doenças como dengue, a morte de pacientes por falta de atendimento, a superlotação nos corredores das unidades de saúde e a falta de equipamentos, a implementação de um plano de carreira atrativo e salários compatíveis só podem ser resolvidos pelas OSs?

Há serviços em que o Poder Público tem a obrigação de prestar atendimento de qualidade à população, tendo em vista os elevados impostos que pagamos, pelo menos para tentar justificar essa abusiva cobrança. Não temos retorno em Educação Pública, em saúde Pública nem em outros serviços essenciais. No Brasil, a maioria das privatizações só trouxe benefícios para o lado que privatizou (Governo e empresários). O bom e atual exemplo é o da Supervia que apresenta trens em mau estado de conservação, atrasos, trens que se locomovem por 9 km sem maquinista no comando, truculência dos seguranças, pancadaria etc.

A concorrência entre a iniciativa privada e o setor público é saudável para os usuários. Além do mais, há muitas denúncias em relação aos procedimentos de muitas ONGs e OSs. Privatizar é transferir responsabilidade de gestão, pois o controle nunca é igual ao que seria se fosse puramente público. Os escândalos sobre superfaturamento em serviços prestados por essas entidades já nos servem de alerta...



domingo, 27 de fevereiro de 2011

Brasil exporta carne à custa de trabalho escravo ?

Brasil exporta carne à custa de trabalho escravo ?


Em 1995, o Brasil assumiu , perante a Organização das Nações Unidas (ONU), a ocorrência de formas contemporâneas de TRABALHO ESCRAVO em seu território. Entretanto, não é só o Brasil que apresenta a ESCRAVIDÃO MODERNA , como mais um flagelo da Humanidade. As instituições Internacionias que estudam o assunto estimam em mais de 27 milhões o número de pessoas escravizadas ou reduzidas à condição análoga à escravidão no Mundo. Em todos os continentes , mulheres e crianças são capturadas e exploradas como escravas. Essas mesmas instituições consideram que o número de escravizados hoje corresponde a mais que o dobro do número alcançado nos 400 anos da história do tráfico transatlântico com a América.

O tráfico de seres humanos é , depois das drogas e das armas , a terceira fonte de lucros da criminalidade. Todos os grupos étnicos são vítimas , mas a preferência repousa sobre as crianças ( tráfico de órgãos) e mulheres (prostituição).

Em relação ao nosso País, estima-se que cerca de 25 mil brasileiros ingressam no abominável mundo do trabalho escravo por ano , sem perspectiva de saída. Uma modalidade bem comum no Brasil é o mecanismo de SERVIDÃO POR DÍVIDA. Nela, ocorrem degradantes condições de trabalho e de moradia, além de privação de liberdade. A grande fonte de recrutamento fácil são os bolsões de miséria extrema no País, que não oferece nenhuma alternativa de emprego e renda. Aí se encontra mão de obra barata e pouco qualificada. Milhares de pessoas, em razão da pobreza, migram , a cada ano, do Nordeste e do Norte para as fazendas do Sudeste, do Sul e do Centro Oeste , em busca de oportunidades de trabalho, deixando para trás suas famílias , iludidas pelas promessas mentirosas de emprego e de melhores dias. O aliciamento é fácil nesse campo fértil e frágil ,sendo explorado por empresas de turismo de fachada que não passam de transportadoras clandestinas de trabalhadores.

Chegando às fazendas, vão trabalhar em corte de cana , no desmatamento de áreas para implantação de pastos , na colheita de algodão, de café e de frutas ou em minas de carvão.Todas as atividades em condições subumanas.A partir daí, percebem que foram iludidos. Ficam alojados em barracões de lona preta e chão batido, sem nenhuma proteção contra insetos, chuvas, cobras etc. Cobram-lhes a estada, a comida de péssima qualidade , a bebida e os equipamentos de proteção individual.Tudo isso é adquirido pelos trabalhadores nas cantinas das próprias fazendas. Os empregadores (exploradores) anotam o que é comprado e atribuem valores inflacionados.No final do mês, os trabalhadores( escravos ) acumularam dívidas com seus patrões de modo que ficam prisioneiros desses compromissos financeiros.

Diferentemente do que aconteceu com a escravidão antiga, cujas maiores vítimas eram os negros , hoje , além dos negros, brancos, pardos, amarelos , descendentes de europeus , mulheres e crianças sofrem nas lavouras de todo o País. Os empregadores que utilizam mão de obra escrava são , quase sempre, grandes latifundiários , alguns deputados federais e estaduais, senadores e ,por mais paradoxal que possa parecer, até membros do Judiciário . Para nossa tristeza , é a mão de obra escrava a grande responsável pela posição do Brasil como maior produtor e exportador de carne bovina no Mundo.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Dengue, de novo?

Dengue, de novo ?


Assim como sabemos que as chuvas , no período de novembro a março, provocam ,em todos os anos, catástrofes no Rio de Janeiro e em outros estados, mas nada ou muito pouco é feito pelos governantes para evitar,temos ciência de que a dengue volta sempre que os mosquitos vetores Aedes aegypti contaminados por diferentes tipos de vírus se reproduzem. É uma doença transmitida por esse díptero que se reproduz em águas paradas.

Se houvesse interesse em promover uma verdadeira e eficaz política de sáude preventiva, os índices cairiam e a doença poderia ser erradicada. Segundo o próprio Ministério da Saúde , a epidemia de dengue já atinge todo o Brasil nesse verão. Só em 2011, já são mais de 26 mil casos registrados. No Rio de Janeiro, o número triplicou, se comparado com 2010. O Estado já registra 437 % de aumento de casos de dengue em janeiro e fevereiro. Foram 485 casos no primeiro mês do ano. O número de notificações certamente não é real , porque, em muitos casos , há falha no diagnóstico ou a pessoa não notifica às autoridades dos postos de saúde.

Há especialistas que temem a volta do Vírus tipo 1 da doença que, neste ano, já foi isolado em Paraty, Angra dos Reis, Campos e Natividade e que causou , em 1986, uma forte epidemia e não circulava desde o início da década de 90, razão pela qual todos os que nasceram depois desse período não têm imunidade contra ele. Há, por outro lado, especialistas que se preocupam com o Vírus tipo 4, já detectado no Norte do País e se constitui numa enorme ameaça.

De qualquer forma , a prevenção não depende apenas de shows artísticos, depoimentos de ministros na TV e outras intervenções pontuais . O ataque ao problema deve ser contínuo e sem tréguas. Deve-se criar uma "cultura anti dengue" nas pessoas. Desde os primeiros anos de vida, as crianças devem ser alertadas para as medidas profiláticas e sobre as consequências que a doença provoca. Isso deve estar enraizado no dia-a -dia de cada um. Para isso, os adultos e, principalmente as autoridades públicas devem cuidar para dar bons exemplos, como evitar que terrenos da Prefeitura , do governo do Estado e do Governo Federal acumulem materiais que sirvam como criadouros de mosquitos. Se assim não for, não há como convencer as crianças e muito menos os adultos a se integrarem no processo de combate ao inseto vetor.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Será uma boa a Copa 2014 no Brasil ?

Será uma boa a Copa 2014 no Brasil?

Nas décadas de 30,40,50 e 60, os jogos da Copa do Mundo eram tansmitidos, apenas pelo rádio.A partir dos anos 70, entraram as transmissões por televisão, inicialmente em preto e branco e , depois, a cores.Com o avanço da tecnologia , hoje, os estádios de futebol perderam torcedores e as redes de TV (fechadas ou abertas) formaram seu público, pois se associaram aos patrocinadores e fizeram os clubes, as federações e as confederações e até a FIFA de reféns dos seus interesses e dos empresários do setor. Além disso, os horários dos jogos, a falta de estacionamento, as péssimas condições de transporte, as brigas entre facções de torcida e a falta de segurança pública se tornaram barreiras para as famílias frequentarem os estádios de futebol. Em decorrencia desse conjunto de obtáculos, o torcedor prefere ficar em casa com a sua família, fazendo seu churrasco e vendo os jogos pela TV, sem aborrecimentos.Isso vai acontecer em 2014 inevitavelmente.

Desde que o Brasil foi escolhido para sediar a Copa em 2014, passamos a ter preocupações diversas. O País não tem infraestrutura de aeroportos e de transporte nas cidades que serão sedes de grupos de jogos e não temos estádios preparados para tal evento ,entre outros problemas. A CBF é presidida por ser uma figura autoritária e dona de empresas que , provavelmente, estarão envolvidas nas obras necessárias . Isso nos cria algumas dúvidas na gestão, porque a tal figura costuma praticar revanches contra seus opositores.Não me agradam os chefes que não praticam diálogo e alimentam o ódio e a perseguição.O fato é que a coisa não está indo bem.

Há poucos dias, o Tribunal de Contas da União (TCU) condenou o Projeto de reforma do Maracanã.O relatório detectou sinais de graves irregularidades na licitação e o BNDES suspendeu parte do financiamento até o esclarecimento das pendências.Os auditores do TCU chegaram a dizer que a planilha orçamentária da nova Arena Carioca "beira a mera peça de ficção".O projeto de reforma foi orçado em R$ 705 milhões, sendo R$ 400 milhões vindos do BNDES e R$ 305 milhões dos recursos do Tesouro Estadual. Esses valores são , apenas, iniciais, podendo ser elevados com o andamento das obras, o que é possível, mesmo sem que ocorram ilicitudes.

O TCU aponta ,entre outras falhas, a falta de detalhamento das intervenções.As reformas do Mineirão (Belo Horizonte) e do Verdão (Cuiabá) apresentaram, respectivamente ,702 e 1309 plantas. A do Maracanã exibiu apenas 37. Essa concentração de projetos dificulta o controle e passa a ser "um prato feito para o ganho ilícito". O projeto básico e o orçamento apresentados são uma porta aberta para o aumento do custo. Há itens que não podem ser identificados nem valorados. O TCU afirma , ainda, que há grandes possibilidades de desperdício de dinheiro público. Para se ter uma ideia, no Rio Grande do Norte, vai ser construido um estádio que custará R$ 450 milhões, mas os dirigentes do ABC e do América de Natal já disseram que não o usarão em seus jogos. Será, portanto, depois da COPA, um "elefante branco". Vale a pena ?

Ontem, Pelé, em entrevista, falou que corremos o risco de o Brasil passar vergonha na organização do Mundial de 2014. Não há nenhum absurdo em suas declarações, já que o Comitê Organizador do evento e a própria FIFA já manifestaram a mesma preocupação.

A experiência nos tem mostrado que, quando há centralização excessiva de decisões (como estamos vendo com o Presidente da CBF e o Ministro dos Esportes) , não detalhamento de projetos para uma efetiva fiscalização e um atraso deliberado de obras de grande vulto, a chance de ocorrer a ação dos oportunistas , dos corruptos e a consequente prática do enriquecimento ilícito é muito grande e quase inevitável.

Como a maioria da população não poderá ir aos estádios, seja pela capacidade de público que eles comportam , seja pelo preço do ingresso ou pela opção cômoda de ficar vendo os jogos com a família em casa ou através de telões em bares, praças ou shoppings, não vemos como prioridade a realização da Copa no Brasil. O argumento do legado a ser deixado para o Povo parece sucumbir diante dos prováveis desvios dos recursos públicos para mãos de pessoas que se aproveitarão da paixão do brasileiro pelo futebol e da nossa ingenuidade para aumentar sua contas bancárias e seus investimentos nos paraísos fiscais. As TVs e os telões, nesse caso, reduziriam,em muito,a farra dos corruptos. Esse raciocínio não poderia ser plenamente desenvolvido na época da escolha pela FIFA, pois não tínhamos como prever esses atuais desmandos.

Célio Lupparelli
http://www.celiolupparelli.com/

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A Arte de manipular os números e as estatísticas.

A Arte de manipular os números e as estatísticas.


Os governantes,em sua maioria,sejam totalitários ou democráticos, costumam utilizar os números e as estatísticas para mostrar sua performance nos diversos setores da administração ,abrangendo a economia, a educação,a saúde,a segurança e outros serviços.Trata-se de uma estratégia para autoavaliação,para tomada de decisões,para a aplicção de recursos orçamentários e para planejamento e execução das políticas públicas.Visto por esse prisma,tudo ótimo.Haverá mais organização e mais eficácia na administração.Qualquer cidadão planeja seus gastos em função de seus ganhos financeiros ou de suas poupanças.

O que não é lícito é a manipulação ,distorcendo os valores e os indicadores para ludibriar e confundir os menos avisados.Pode acontecer,por exemplo,que ,na segurança Pública,os números não retratem a realidade em alguns indicadores avaliados.Isso pode ocorrer porque a população ,em muitos casos ( principalmente os mais humildes) não vai às delegacias registrar furtos, roubos agressões e outros delitos,seja por temor às represálias, por descrédito na polícia e na Justiça; seja pela burocracia ou por "comodismo cultural".A verdade é que esses números já tendem, sem nenhuma malandragem de quem os utiliza, a ser naturalmente falhos.Há que se levar em conta a margem de erro.

Se os governos, contudo, prometem prêmios financeiros pela redução dos índices de certas ocorrências policiais, outros fatores espúrios vão mascarar os resultados. Além disso, o próprio governante se interessa ou faz vista grossa para a manipulação, pois será beneficiado eleitoralmente. Já houve um Governador no Rio de Janeiro que prometeu baixar a criminalidade em 100 dias e o fez.Qual foi a estratégia? Os delegados foram proibidos de registrar as ocorrências nos livros , onde a imprensa teria acesso para divulgar os números verdadeiros.

Outro exemplo vem da educação. Não acredito que se melhorem os índices de evasão escolar e de repetência, premiando professores que mais aprovarem. Estas questões de premiação lembram o antigo "Bicho" do futebol. O Jogador ganhava seu salário e, se vencesse a partida ou empatasse, teria uma gratificação chamada "bicho".Isso,no futebol, felizmente, não se fala mais.Além disso, parece uma forma de corromper o profissional.O que todo professor, médico, policial etc deseja é um plano de carreira que lhe garanta salários dignos, benefícios sociais justos e condições de trabalho adequadas.

O próprio governo federal , através de suas autoridades do setor econômico, vem se utilizando de artifícios condenados por muitos economistas para atingir suas metas fiscais e balanços de pagamentos.

Os exemplos utilizados na segurança e na educação, bem como na economia contaminam, também, a saúde.Os verdadeiros índices de pessoas com dengue são superiores aos apresentados pelos órgãos oficiais encarregados destas estatísticas que deixaram de ser técnicos para serem politico-eleitorais.Se apurarmos com atenção, veremos que os números apresentados como mortos ou desabrigados na tragédia da Região Serrana Fluminense foram minimizados por interesse puramente político.Essa farsa dos números atinge também os índices inflacionários.Basta ir a um supermercado que a pessoa conclui que há algo discrepante em tudo isso.

Aí, os números e as estatísticas estão tendo uma função diabólica, servindo aos maus senhores do PODER.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Diretores de escolas públicas seriam os culpados?

Será que os governantes querem passar para a Sociedade a ideia de que os diretores de escolas públicas são os responsáveis pelo fracasso na Educação nas redes Municipal e Estadual do Rio ?..É que parece !

A Prefeitura do Rio e o Governo do Estado estão mudando os critérios para escolha de diretores.Os professores interessados na função terão que fazer provas ou testes de gestão escolar, elaborar um plano de melhoria para a unidade, após participarem de um curso de preparação, com duração de 40 horas pela Internet. Ato contínuo, serão submetidos a uma eleição, caso tenham vencido as etapas anteriores.

Poderá se candidatar, na rede Municipal, quem tiver curso superior em qualquer área, não só naquelas ligadas à Educação.Os graduados em Direito ou Engenharia, por exemplo, poderão participar. Será que esta fórmula mágica melhorará o desempenho escolar? Já houve a época dos concursos(décadas de 40,50,60)  ; a época deplorável da indicação de deputados e vereadores dos currais eleitorais (décadas de 70 e 80); até que, na Rede Municipal, encontrou-se uma fórmula que vem dando certo.Por que mudar? A Comunidade Escolar vem fazendo a seleção com louvores durante todos esses últimos anos.É claro que há falha aqui ou ali, mas, no todo, o processo é o mais eficaz.O Estado deveria implantar esse método. E pronto!..Nada de complicar mais, pois a Rede Estadual de Ensino já está muito complicada.

Não seria melhor fazermos uma ampla discussão com o pessoal da Educação e com os CECs e Grêmios Estudantis a respeito do Projeto Pedagógico, do Plano de Carreira, dos mecanismos de Avaliação, das razões que levam à evasão do aluno e à repetência; da participação da família; da efetiva aplicação dos recursos destinados à melhoria do Ensino, passando pela questão salarial ?... Não seria mais pertinente debatermos a razão pela qual há grande evasão de profissionais de ensino para outras atividades econômicas e ampliarmos nosso estudo e nossas ações preventivas contra a violência nas escolas?

Não seria melhor que os profissionais fossem bem remunerados e estimulados a se reciclar? Não seria conveniente que o Governo Estadual construisse escolas para atender ao Ensino Médio, em lugar de usar os prédios municipais à noite, matriculando jovens de 13,14 e 15 anos de idade nesse horário absurdo para eles , pois , em uma Cidade em que os índices de criminalidade são altos, sair à noite é um risco?  

Como exigir de um pretendente a diretor "plano de melhorias para a escola", se todas as decisões chegam autoritariamente nas unidades, oriundas das CREs ou do Nível Central para que diretores e professores apenas sigam a receita, quase sempre de resultado maléfico? Hoje, os diretores não têm nenhuma autonomia. Bloquearam as iniciativas dos mais ousados em melhorar, em inovar,em criar...Querem o quê?

O número de projetos com nomes de pouca criatividade e eficácia discutível que chegam às escolas , sem a menor discussão com os professores que serão os seus aplicadores é absurdo.São "inovações do velho", ou seja, métodos já usados exaustivamente, mas que mudaram de nome e ganharam alguma roupagem com fins, apenas, de jogar para a torcida.Apresentam "o velho" como "novidade".

Educação é coisa mais séria que isso e não depende só da Escola. Mudar método de seleção de diretores está me parecendo querer mostrar para a sociedade que acharam os culpados. Na verdade, são abnegados.Gente que emprega horas de sua vida, que deixa  de lado o seu  lazer ,que larga suas famílias e, ainda gasta do pouco que ganha em razão dos alunos e de sua consciência.Se a Escola Pública ainda existe é por conta desses diretores e dos professores que se dedicam aos jovens e às crianças que encontram em sala de aula. Não destruam o espírito público e o afeto desses professores por nossas escolas.Reflitam e reconsiderem...Não montem barreiras novas e esdrúxulas na gestão da ESCOLA.  

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O escravo de ontem e o escravo de hoje.

O Governo escalou o deputadoVicentinho( PT-SP), ex-presidente da CUT, para ser relator do projeto que fixa o salário mínimo de R$ 545 e " enfrentar" as centrais sindicais de "mentirinha". Como as pessoas mudam!...Quando  militante da CUT, Vicentinho defendia, com unhas e dentes, um salário mínimo que correspondesse ao que preceitua a Constituição Brasileira e,  portanto, muito maior, o que, hoje, significaria cerca de algo em torno de R$ 1800.

Desde sua criação até hoje, o valor do "mínimo" vem sendo achatado relativamente.As desculpas são sempre as mesmas para que o trabalhador fique a ver navios.As pessoas que ganham esse valor vivem (sobrevivem) em regime de escravidão.Quanto custa o aluguel de uma residência por mais simples que seja?

Dentro desse quadro, desenvolver doenças como neuroses, diabetes, obesidade, alcoolismo, hipertensão e outras é muito comum.Como tratá-las, se os preços dos medicamentos são incompatíveis com a renda familiar? E que não me venham com a história do remédio em casa!..O salário deve ser digno para evitar esses artifícios que, embora sejam humanos, só existem por falta de uma política salarial humana e justa.

Se incluirmos alimentação, transporte, lazer, vestuário, livros, revistas ou jornais (será que o pobre não pode ler?), torna-se uma verdadeira desumanidade a discussão sobre a fixação do valor do salário mínimo.Todos esses direitos são virtuais para essas pessoas.

No período feudal,os escravos eram comprados pelos senhores.Trabalhavam e não tinham perspectivas de ascenção social. Não tinham privilégios, mas eram cuidados como gado, para que não ficassem doentes, o que causaria prejuizo aos seus donos(senhores). Hoje, o trabalhador recebe o seu "mínimo" e tem que se virar, porque não há comprometimentos outros por parte de quem o deveria proteger.

Ainda que fosse pensando na preservação do "gado-humano" e na sua força de trabalho e , consequentemente, nos seus lucros, os responsáveis pela política salarial e por sua aplicação deveriam ter outro comportamento para evitar  a reprodução da ESCRAVIDÃO na versão atual .

Se o termo é salário mínimo, significa que é o menor valor capaz de atender às necessidades básicas(alimentação, saúde, educação, habitação, transporte,vestuário).Mas, na prática,isso não ocorre. Então, o Mínimo não é o Mínimo...

    

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Os dois estilos de ditadura.

Os dois estilos de ditadura: o estilo dos tanques e a ditadura branca. 
A Charge abaixo publicada hoje no jornal "O Globo" dá margem a várias ilações.Vale a pena analisá-la com o devido espírito crítico e reflexivo.

No Egito,o ditador ficou no Poder desde 1981 até ontem (11.02.2011), apoiado por potências como os Estados Unidos e Israel a quem servia. Mantinha sob suas rédias o povo egípcio por meio de medidas restritivas de liberdade e pelo uso de armas e de tanques.Foram 30 anos de submissão.A população derrubou-o pacifica e ordeiramente.

Aqui, a ditadura é disfarçada sob o manto de vetores sinérgicos ,como as sete radiações do arco-iris que, quando se unem formam o branco,sem que a pessoa menos atenciosa perceba o fenômeno natural. Esses vetores conjugados podem ser identificados como o da Informação distorcida (Mídia) ; o da Economia (manipulação de números,estatísticas e índices inflacionários,por exemplo) ; o do Coronelismo (especialmente notados no Norte e no Nordeste brasileiros e nas áreas carentes de todo o País); o do Assistencialismo ; o do loteamento de cargos em comissão e o da cooptação de partidos políticos , de parlamentares e das centrais sindicais; o da despolitização dos cidadão por diversos mecanismos, entre os quais o de não proporcionar boa educação ao POVO; o da manipulação eleitoral, desde uma legislação autoritária que promove a perpetuação dos detentores do Poder Econômico até o sistema de votação e apuração de votos que não são confiáveis.Essa é a Ditadura que apelidamos de BRANCA da qual Sarney,desde a década de 50, se beneficia.

Conte e veja que listamos os sete principais vetores.

Veja a charge de O Globo e perceba como o artista foi na ferida.

Célio Lupparelli
http://www.celiolupparelli.com/

sábado, 5 de fevereiro de 2011

O Filósofo Platão e Romário

Se o objetivo da administração pública é prestar serviços ao Cidadão, não seria melhor se, apenas os mais aptos fossem escolhidos para exercer funções no Governo,em razão do seu mérito, sua especialidade ou sua capacidade? O uso de profissionais bem formados, de gente qualificada, como ocorre nas empresas privadas, faria com que o êxito em prestar bons serviços fosse conseguido ou, no mínimo, aumentaria muito ,em relação aos padrões atuais.O modo inspirado na MERITOCRACIA , proposta por PLATÃO ,em sua República, quatro séculos antes de Cristo, seria o da administração a cargo dos mais capazes, dos mais aptos, dos que tivessem experiência e escolaridade específica.

Se voltarmos no tempo e passarmos a examinar as sociedades primitivas,desde os momentos antigos e imemoráveis, quando ainda vivíamos de forma rudimentar,seja em cavernas ou em bandos nômades,iremos observar que cada grupo social possuia o que hoje chamaríamos de LÍDER.Esse líder,que poderia receber o nome de cacique,chefe ou qualquer outro,encontrava-se na posição de determinar os rumos do grupo em razão de suas qualidades específicas incontestáveis e, portanto, legitimadas pela competência e pela ética.

Trazendo a questão para nossos dias e para nossa realidade político-social, podemos afiançar que não somos contra as indicações políticas para os cargos de confiança, mas urge que a competência, a ética, a moral e a qualificação ,somadas à escolaridade e ao espírito público sejam levados em conta.Um Chefe sem preparo intelectual,sem formação escolar compatível para o seu exercício, está fadado ao fracasso.Aí,surgem aquelas conhecidas  desculpas:" Eu não sabia" ,"Eu não estava a par" ,"Meu assessor deve ser demitido" e coisas que tais.Há gente sem Mérito,ocupando cargos no Executivo, no Legislativo e até no Judiciário.A indicação MANDA ! Esse "Vício Político " é muito prejudicial e deve ser abolido.

O loteamento de cargos pelas influências de deputados, de vereadores , de senadores, de empresários que bancaram campanhas eleitorais e de juízes é uma situação que coloca o BRASIL como um PAÍS   em que vigora o "ABSOLUTISMO ANACRÔNICO".Essa prática ,em nome de garantir a tal governabilidade é uma fal[acia que ,sem dúvida,prejudica o andamento das instituições e pune a população. 

Para acabar com a influência lesiva  e deplorável do deputado Eduardo Cunha(segundo O Jornal Extra), Dilma retirou da Presidência o afilhado do Deputado e colocou a apadrinhado de Sarney.Trocou seis por meia dúzia,porque,ambos (o ex e o atual presidente) têm padrinhos em situação ,no mínimo,apurável.

Mas não são apenas os governantes que contrariam o pensamento Platônico.O POVO também gosta da palhaçada.Eleger artistas de TV,como o Sr Wagner; radialistas ,como Dona Cidinha e o Sr Pedro das igrejas e das caravanas;  desportistas como o pugilista Popó; o jogador que não treina,como Romário ; e o sr Bebeto ;além de comediantes ou palhaços como Tiririca; age de forma irresponsável.Eles só têm votos pela visibilidade que os meios de comunicação lhes proporcionam.Partem em condição de vantagem,em comparação com gente qualificada e sem Mídia, se levarmos em conta a Legislação Eleitoral absurda e ditatorial que temos.Dizer que votar neles é forma de protesto é argumento sem essência.A Legislação eleitoral deveria exigir deles,bem como de padres,pastores,pais de santo,donos de centros sociais etc um afastamento de,no mínimo 4 anos,para serem elegíveis.O jogo democrático seria mais livre e isonômico,como manda a CONSTITUIÇÂO BRASILEIRA.Como está,nada mudará.

O exemplo oferecido,em tom de deboche e escárnio de Romário, reincidente contumaz em afrontas aos bons costumes e à ética,quando preconiza que atleta não precisa treinar e se insurge contra um técnico(seu superior hierárquico) e que, durante a primeira sessão da Câmara Federal,como deputado eleito com números expressivamente altos,assinou a lista de presença e se ausentou de Brasília,indo para a Barra da Tijuca para jogar Futivolei,é um índício de que Platão está certo desde há 25 séculos.Não se pode eleger quem não tem FORMAÇÃO ÉTICA, MORAL,  ESCOLAR e POLÍTICA, pois as sequelas são quase insanáveis.O POVO e o GOVERNO precisam ler PLATÃO e ter VERGONHA NA CARA.